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Janeiro é o mês de conscientização sobre saúde mental. Para esse ano, no Brasil, o Instituto Janeiro Branco iniciou a campanha “O mundo pede saúde mental!”. O objetivo é chamar a atenção para as questões relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas e das instituições. No mundo, desde 2008, o Moviment for Global Mental Health, uma coalizão de indivíduos e instituições, desenvolve ações coletivas para favorecer o acesso de indivíduos com transtornos mentais a tratamentos efetivos e ter seus direitos humanos defendidos.

“A saúde mental é um componente integral e essencial da saúde. Um ambiente que respeita e protege a saúde, a educação, o trabalho, a moradia e o bem-estar dos indivíduos nos vários momentos de seu desenvolvimento é a base da promoção de saúde mental”, explica Eloisa Helena Rubello Valler Celeri, psiquiatra do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.

Os transtornos mentais incluem depressão, ansiedade, transtornos afetivos, esquizofrenia e outras psicoses, deficiências intelectuais, transtornos do neurodesenvolvimento, demências, abuso de álcool e outras substâncias. Eles também estão associados a rápidas mudanças sociais, condições estressantes de trabalho, discriminação de gênero, exclusão social, estilo de vida não saudável, doenças físicas e violação dos direitos humanos.

“Estima-se que 25% da população adulta necessitará de algum tipo de cuidado em saúde mental no período de um ano. Múltiplos fatores sociais, psicológicos e biológicos determinam o nível de saúde mental durante a vida. Violência e pressões socioeconômica persistentes são exemplos de fatores de risco conhecidos”, explica Eloisa, que também é professora e chefe do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

Janeiro Branco no HC

A psicóloga da área de Recursos Humanos (RH) do HC, Nádia Zamariola Milani, relata que nos últimos dois anos as pessoas têm vivenciado situações de incertezas, perdas e mudanças de planos. No entanto, nem sempre as pessoas se atentam à qualidade do que sente, pensa, comporta ou simplesmente valoriza as próprias emoções.

“É inegável que essa rotina trouxe impacto significativo na saúde mental acarretando, especialmente, em maiores casos de estresse, ansiedade e depressão em todo mundo”, explica Nádia.

Durante o mês de janeiro, o RH do HC desenvolveu diversas ações internas para abordar a questão da saúde mental. Por meio de seu sistema de comunicados internos, o RH enviou dois vídeos para os colaboradores do hospital assistirem e refletirem  sobre como cuidar da sua mente. Um dos vídeos disponibiliza um QRCode que dá acesso ao Guia de Saúde Mental que traz uma rede de apoio de profissionais da saúde mental de Campinas e outros, inclusive online, a quem se interessar.

Assista aqui ao vídeo completo. Veja também as dicas de cuidado de saúde mental na rotina de trabalho.

Um outro vídeo está sendo exibido na TV do refeitório, também com informações sobre saúde mental. No Espaço Despertar, cartazes da campanha foram colocados no acesso ao refeitório. Informações sobre saúde mental ainda estão sendo exibidas nas TVs internas do hospital, localizadas nos elevadores de acesso. Um cartão de incentivo ao cuidado mental está previsto para ser enviado junto com o cartão-ponto de fevereiro de cada colaborador do hospital.

Boas práticas para promoção de bem-estar

A Unicamp, com base no “Guia de boas práticas para promoção de bem-estar na Universidade”, publicou em seu Instagram e Facebook algumas dicas que podem orientar funcionários e alunos sobre a melhor forma de ajudar alguém que não esteja bem. As postagens trazem os sinais de alerta de que alguém não está bem. No último post, a Unicamp destaca seus serviços de assistência e orientação a estudantes e toda a comunidade universitária. Todo material pode ser compartilhado.

A hora e a vez da saúde mental no currículo médico

O HC Unicamp é um dos locais de formação na área de psicologia médica e psiquiatria e campo de estágio e pós-graduação nas áreas de saúde mental. Anualmente, a Comissão de Residência Médica (Coreme) da Unicamp oferece oito vagas para psiquiatria e quatro para psiquiatria da infância e adolescência. Esse ano foram 306 candidatos inscritos para as vagas de psiquiatria e 20 inscritos para as vagas de psiquiatria da infância e adolescência. Hoje, o HC conta com um total de 23 residentes em psiquiatria e quatro em psiquiatria da infância.

Em artigo publicado no dia 20 de dezembro de 2021 no jornal Folha de S.Paulo, os psiquiatras da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Cláudio Banzato, Paulo Dalgalarrondo e Eloisa Celeri abordaram os desafios da formação médica no que se refere ao campo da saúde mental. A preparação em saúde mental e psiquiatria ao longo de toda a formação é o caminho apontado pelos especialistas da FCM para que as escolas médicas consigam de fato espelhar em seus currículos as demandas de saúde da atualidade.

“O fortalecimento recente da identidade médica da psiquiatria não parece ter sido suficiente para apagar parte considerável dos preconceitos que sempre cercaram a especialidade. Atenção em saúde mental é tarefa de muitos profissionais e não apenas daqueles que trabalham nas áreas “psi””, afirmam os especialistas da Unicamp.

Leia a matéria publicada no Portal da Unicamp, no site da FCM e Folha de S.Paulo.


Texto: Edimilson Montalti – Assessoria de imprensa do HC Unicamp.

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