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Após dois anos sem atividades presenciais na Unicamp, os alunos do primeiro ano dos cursos de Enfermagem e Fonoaudiologia e do curso de Medicina conheceram, respectivamente, nos dias 19 e 26 de março, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. A visita foi organizada pelo Diretório Científico (DC) Adolfo Lutz com o apoio da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e da superintendência do HC Unicamp. Essa visita ao hospital foi muito especial para os calouros, principalmente para os estudantes de Medicina.

Isabela Yang, aluna do sexto ano do curso de Medicina, ficou como presidente do Diretório Científico (DC) Adolfo Lutz até 2019 e sua gestão foi a última presencial antes da pandemia de covid-19. Ela relembra que a visita dos alunos dos cursos de Medicina, Enfermagem e Fonoaudiologia ao HC Unicamp sempre foi uma tradição dentro da Calourada da Unicamp. Com a pandemia, isso não foi possível. Esse ano, porém, a veterana do curso de Medicina recepcionou e acompanhou os calouros na visita ao hospital, que teve uma surpresa durante a visita dos alunos de Medicina, ocorrida no dia 26 de março.

“Acompanhei a visita e amei. Essa foi a primeira vez que levamos os alunos de Medicina para conhecerem, também, o Centro Cirúrgico do HC. Isso só foi possível graças ao apoio da coordenadora de assistência do HC, Elaine Cristina de Ataíde. Ela conseguiu os EPIs para os alunos e a permissão para irmos conhecer o Centro Cirúrgico”, contou a futura médica que continua ajudando a gestão do DC Adolfo Lutz.

Como professora da FCM e médica cirurgiã do hospital com fácil acesso ao Centro Cirúrgico, Elaine de Ataíde relata que fez questão de ir num sábado pela manhã ao hospital receber e acompanhar a visita dos alunos de Medicina. Essa ação, diz ainda, está dentro da proposta das atividades presenciais da Unicamp, conduzida alta gestão da reitoria da Unicamp e, também, pela diretoria da FCM.

“O aluno chega no primeiro ano do curso e já quer ter contato com nossos pacientes. É um desejo de todo jovem, mas isso só acontece quando ele sai das áreas básicas e entra nas áreas clínicas e começa a ter atividades aqui no HC. Há uma demanda antiga dos alunos para que haja uma maior integração entre essas duas áreas. Trazer o aluno para conhecer o hospital é importante e, quando ele entra no Centro Cirúrgico, ele fica impressionado”, conta Elaine.

Foi o que aconteceu com Keyla Sacramento e Felipe Ferreira, primeiranistas do curso de Medicina.

Keyla Sacramento nasceu em Salvador e passou em primeiro lugar em Medicina na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e também foi aprovada em Medicina na Unicamp. Entre as duas opções ela escolheu largar a família e amigos na Bahia e se mudar para Campinas. Desde que chegou à Campinas e à Unicamp, Keyla disse que teve um acolhimento bom por parte dos veteranos e dos professores. A sensação, para ela, é de fazer parte de uma família. A primeiranista da 60ª turma de Medicina FCM da Unicamp achou incrível conhecer o hospital e o Centro Cirúrgico.

“Não esperava em conhecer o Centro Cirúrgico do HC tão cedo. Eu estou vivendo um sonho. A Medicina Unicamp não decepciona, só traz novas surpresas. É incrível ter esse contato com o hospital, com essa realidade que daqui a alguns anos será nossa. Represento as mulheres negras e nordestinas e digo que podemos aprender com os melhores, fazer a diferença e contribuir para melhorar a saúde brasileira. Eu tinha certeza que a Unicamp era o melhor lugar para eu me desenvolver e me tornar uma médica competente e dedicada. É uma coisa grandiosa. Estou feliz em ocupar esse espaço. Espero contribuir para a sociedade brasileira como médica formada pela Unicamp”, diz Keyla.

Felipe Ferreira escolheu fazer medicina por vários motivos: os pais fizeram mestrado, doutorado e pós-doutorado e o inspiraram em seguir a carreira acadêmica e a própria irmã, que nasceu com hérnia diafragmática congênita, mas viveu apenas por um ano e pouco, numa Unidade de Terapia Intensiva de um hospital da cidade de São Paulo. Ao andar pela UTI do HC, Felipe disse que o lhe chamou a atenção foi o olhar melancólico dos pacientes. Outro fato que ficou marcado para ele durante a visita ao Centro Cirúrgico foi a fala da coordenadora de assistência do HC. De acordo com Felipe, ela disse que “os alunos têm que cuidar do hospital como se fosse a própria casa”, porque depois de um tempo eles irão, realmente, pensar no HC dessa forma.

“Fui inspirado em seguir medicina, principalmente, por esses dois motivos, mas eu vejo que a medicina me oferece muitas áreas para perseguir e conhecer. A Unicamp sempre esteve entre as melhores universidades do Brasil, principalmente em relação à pesquisa. Não pretendo seguir carreira na área cirúrgica, mas confesso que a visita ao Centro Cirúrgico me deixou entusiasmado. Parece ser um espaço interessante de se trabalhar. Foi um privilégio fazer essa visita ao HC tão cedo assim”, alega Felipe, que sempre estudou em escola particular e hoje também mora em Campinas.

De acordo com o diretor associado da FCM, Cláudio Saddy Rodrigues Coy, qualquer iniciativa para colocar os alunos para conhecer não só o HC da Unicamp, mas também os outros locais que serão campo de prática e atuação dos futuros médicos, enfermeiros e fonoaudiólogos, é válido.

“Os alunos têm uma necessidade e curiosidade em conhecer o HC desde o início do curso e eles acham que hospital é inacessível para eles. Há propostas curriculares em várias faculdades do mundo de colocar os alunos desde o início do curso em atividades de práticas assistenciais, como o treinamento com paramédicos, por exemplo. Isso afasta deles a ideia de que o curso no início é muito teórico e embute uma sensação de assistência, além de despertar o sentimento de cuidado com o paciente. O acesso dos alunos da FCM ao HC tem que ser facilitado e incentivado”, reforça Coy.

Cerimônia do jaleco

O ciclo clínico começa na passagem do segundo para o terceiro ano, quando ocorre a tradicional cerimônia da entrega do jaleco pelos cursos de graduação em Medicina e Fonoaudiologia os alunos. A partir do terceiro ano, os estudantes passam a entrar no HC Unicamp e em outros hospitais, como o Hospital da Mulher (Caism), com mais frequência.

“Essa cerimônia representa o início do ciclo clínico. É importante que a gente marque esse momento em que o aluno já se preparou com as disciplinas básicas e está começando a prática clínica e ter contato com os pacientes. Isso é a prática da Medicina. É um momento de alegria para os alunos, mas também de muita responsabilidade”, diz a coordenadora do curso de graduação em Medicina da FCM, Joana Fróes Bragança Bastos.

No início de março, aconteceu no auditório da FCM, a entrega do jaleco para os alunos de Medicina e, também, a aula magna, proferida pelo médico e professor Mario Saad. Assista ao vídeo com as duas cerimônias que marcaram o retorno das atividades presenciais na Unicamp.

Aula magna da Fonoaudiologia

No dia 22 de março, os calouros da 21ª Turma de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp participaram da aula magna intitulada “Fonoaudiologia 4.0: uma jornada para o futuro”. A aula magna foi proferida, virtualmente, pela professora do Centro de Estudos da Voz e da Fundação Getúlio Vargas, Ingrid Gielow, especialista em Distúrbios da Comunicação.

A mesa de abertura presencial da aula magna contou com a participação da coordenadora do curso de graduação em Fonoaudiologia, Christiane Marques do Couto; com a chefe do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação, Adriana Lia Friszman de Laplane e com a coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel de Oliveira da Silva Porto, Maria Fernanda Bagarollo.


Texto: Edimilson Montalti – Assessoria de imprensa do HC Unicamp
Fotografia: Thais Mayara Alves – HC Unicamp e DC Adolfo Lutz
Vídeos: Marcelo Santa Rosa Oliveira – FCM Unicamp

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