A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp inaugurou na quarta-feira (29) a sede do Programa de Atenção aos Transtornos do Espectro do Autismo (Pratea). O Pratea fica no prédio da biblioteca da FCM, localizada ao lado do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Financiado com recursos de emendas parlamentares, o Pratea será uma referência, para o interior paulista, na capacitação educadores para a identificação de crianças autistas, no treinamento de profissionais de Saúde para diagnóstico e tratamento dos transtornos do espectro do autismo (TEA) e na orientação de familiares quanto às necessidades das crianças com essa condição.
Segundo Eloisa Valler Celeri, chefe do Departamento de Psiquiatria da FCM e coordenadora do Pratea, a rede de saúde pública de Paulínia é a primeira cidade do Estado que poderá contar com um protocolo de avaliação, atendimento e treinamento de profissionais para o tratamento de crianças de 0 a 5 anos e 11 meses. “Progressivamente, criaremos protocolos e treinamentos abrangendo questões específicas relacionadas ao TEA”, disse.
Em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação e por intermédio dos serviços de Assistência Psicológica e Psiquiátrica (Sappe) e de Apoio ao Estudante (SAE), a equipe do Pratea delineia um programa de avaliação e um projeto terapêutico para estudantes universitários com diagnóstico ou suspeita de TEA.
Os pesquisadores do Pratea estimam que, somente em Campinas, haja cerca de 10 mil pessoas com autismo. Somadas as cidades da Região Metropolitana, esse número pode chegar a 30 mil. Nesse cenário, Eloisa Celeri menciona a importância do diagnóstico, de abordagens multiprofissionais e da orientação familiar, principalmente em se tratando de crianças com menos de 2 anos.
“Precisamos ampliar ao máximo a disseminação de informações que auxiliem familiares, educadores e profissionais da saúde na identificação precoce de sinais do TEA. A despeito dos avanços no reconhecimento e nas garantias legais, ainda há escassez de recursos de cuidado”, afirmou.
Segundo o diretor da FCM, Luiz Carlos Zeferino, um dos responsáveis pela iniciativa, as expectativas em relação ao Pratea são as melhores, “dada a necessidade de um programa de referência que embase políticas públicas para o SUS, visando a qualificar o cuidado da criança com TEA”.
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Texto: Camila Delmondes – Assessoria de imprensa FCM Unicamp
Fotografia: Antoninho Perri – SEC Unicamp e João Marques – Reitoria Unicamp