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O Dia Mundial de Prevenção de Lesão por Pressão é celebrado em 21 de novembro. Apesar dos avanços nos cuidados em saúde, as lesões por pressão continuam sendo uma causa de morbidade e mortalidade, com impacto na qualidade de vida do paciente e de seus familiares, gerando um problema social e econômico. A prevenção da lesão por pressão é um dos focos dos profissionais do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp responsáveis pelo cuidado do paciente.

Por isso, neste mês, o HC da Unicamp se antecipou e se mobilizou para uma atividade científica e educativa voltada para a prevenção de lesão por pressão e a segurança do paciente. No dia 8 de novembro, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, especialistas brasileiros e internacionais participaram de conferências e mesas-redondas sobre lesão por pressão.

“A abordagem preventiva da lesão por pressão deve ser multidisciplinar e tem início na identificação precoce dos pacientes em risco. O foco deve ser a mudança periódica de posição em que o paciente se encontra na cama, cuidados com a pele e manutenção da nutrição adequada”, explicou a enfermeira Angélica Olivetto de Almeida, responsável pela Seção de Enfermagem em Educação Continuada do HC da Unicamp durante a abertura do evento.

O coordenador do Departamento de Enfermagem do HC da Unicamp, Joaquim Antonio Graciano, disse que a lesão por pressão é “um problema que assombra a equipe de enfermagem, pois aumenta os custos de tratamento, a comorbidade e o índice de mortalidade”. A enfermeira Silvia Angélica Jorge, vice-presidente da Associação Brasileira de Estomaterapia (Sobest), destacou que as lesões por pressão são evitáveis. “A campanha mude de lado e evite a pressão da Sobest é para lembrar sobre a importância do reposicionamento do paciente, que é padrão ouro para prevenção da lesão por pressão”, destacou Silvia.

Carolina Akemi Falcioni, enfermeira responsável pelo Núcleo de Estomaterapia do HC da Unicamp, destacou que durante a pandemia de covid-19 a posição prona a qual os pacientes deveriam ficar durante a internação para melhorar a oxigenação pulmonar gerou lesões em locais não incidentes até então, como ombros, nariz, bochechas, testa, mandíbula, esterno e outros locais. “Retornando agora ao novo normal, poderemos ver o que foi estudando durante a pandemia e o que surgiu de novidade no cuidado de pacientes com lesão por pressão”, disse Carolina para o público presente no evento que teve mais de 200 inscritos.

A enfermeira Ana Carolina Braz Moitinho, supervisora do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) do HC da Unicamp, disse que no HC e na Unicamp as equipes se preocupam em proteger o paciente e que a prevenção e tratamento da lesão por pressão é multidisciplinar. “O trabalho da equipe de enfermagem é apenas uma parcela. Não faríamos nada sem o apoio da fisioterapia, da nutrição, da equipe médica e outros profissionais. A gente quer que o paciente saia do hospital melhor do que quando ele entrou”, ressaltou Ana Carolina.

A superintendente do HC Elaine Cristina de Ataíde lembrou que movimentos como o Dia Mundial de Lesão por Pressão são importantes para a prevenção, por lembrar ações simples, como mexer e mudar o paciente de posição, que fazem a diferença no tratamento do paciente. Segundo Elaine, o hospital investe muito em medidas de prevenção contra a lesão por pressão. “Uma vez instalada, a lesão é porta de entrada para infecção e para a recuperação do paciente. Essa medida simples de mudar o paciente de posição repercute na qualidade e na sobrevida desse paciente”, ressaltou a superintendente do HC da Unicamp durante o evento.

Conferência de abertura

A conferência de abertura foi proferida pelo enfermeiro Paulo Alves, diretor adjunto do Instituto Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa e diretor da Escola de Enfermagem da Universidade Católica Portuguesa, além de presidente da Associação Portuguesa de Tratamento de Feridas – APTFeridas. O tema da conferência foi Etiologia e diagnósticos de lesão por pressão: novas evidências.

“Cerca de 95% das lesões por pressão são evitáveis, mas há pelo menos 126 fatores de risco, sendo dois deles a idade e a obesidade. Então, o que parece simples vira complexo. E na pandemia de covid-19 isso ficou bem evidente, pois tivemos que executar novas intervenções nos pacientes. Os fatores de risco vão condicionar o desenvolvimento das lesões”, explicou Paulo, diretamente de Portugal.

O evento teve o apoio do Grupo Gestor de Benefícios Sociais da Unicamp (GGBS), Superintendência e Núcleo de Segurança do Paciente do HC, Associação Brasileira de Estomaterapia (Sobest) e Liga de Feridas da Faculdade de Enfermagem (FEnf) da Unicamp.

Texto e fotografia: Edimilson Montalti – Assessoria de imprensa HC Unicamp

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