A nutricionista Luciane Cristina R. Sundfeld Giordano, coordenadora da Divisão de Nutrição e Dietética (DND) do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp apresentou, no dia 18 de janeiro à superintendente do HC, Elaine Cristina de Ataíde, uma ferramenta tecnológica para analisar os gastos da DND com a produção de refeições. Em 2022, o HC gastou R$ 5,3 milhões para preparar 725.515 refeições para pacientes e acompanhantes. A esse valor somam-se as refeições feitas pela DND até agosto para funcionários que trabalham no hospital de finais de semana e feriados. A partir de setembro, o preparo dessas refeições foi terceirizado.
O desenvolvimento dessa ferramenta, explica Luciane, surgiu após uma provocação da própria superintendente do HC em questionar quais itens alimentícios impactavam os custos mensais da DND. Ao se deparar com esse questionamento, Luciane observou que não dispunha dessa informação de uma maneira tão rápida e imediata.
“Apesar de todo controle que temos com os gastos, eu desconhecia, por exemplo, qual era o custo na aquisição de tomate e seu impacto no faturamento mensal no preparo das refeições dos pacientes”, relembra Luciane, que explica que as refeições que são computadas no HC estão divididas em desjejum, almoço, lanche, jantar e ceia, incluindo mamadeira e dieta enteral.
A partir da necessidade de ter em mãos essas informações, Luciane solicitou à técnica administrativa e supervisora da Seção de Abastecimento da DND, Mellanie Grilo Alberto, que elaborasse uma forma simples, sem onerar o hospital para fazer esse mapeamento. De forma autodidata, Mellanie utilizou-se das Planilhas Google para elaborar a estrutura onde os dados foram compilados e depois analisados.
“As informações são coletadas mensalmente e inseridas nessa planilha. Agora é possível analisar os picos de gasto por item, modalidade de compra, mês, categorias de gêneros e muito mais. Isso permite analisar todas as despesas, identificar os excessos de gastos, justificativas e as oportunidades de melhorias”, diz Mellanie.
Em 2022, os itens que mais impactaram na composição do preço das refeições preparadas pela DND foram carnes (24,4%), dietas enterais (15%), alimentos pré-processados (12%), pães, leite e queijo (11%). Na modalidade de compra, 50% das aquisições foram feitas por meio de Atas de Registro de Preço, de acordo com o estudo.
“Com estas informações, conseguimos realmente ‘enxergar’ os gastos da DND de modo global’, afirma Luciane.
Após a apresentação, a superintendente do HC sugeriu que o modelo criado pela DND fosse compartilhado e replicado, de imediato e num prazo de 60 dias, em cinco outras áreas do hospital: Farmácia, Laboratório de Patologia Clínica, Divisão de Serviços Gerais, Engenharia e Anatomia Patológica.
“Vamos usar esse projeto-piloto para estimular todas as demais áreas do hospital para fazerem seus levantamentos de custos e mantê-los atualizados. Isso tornará o HC mais autossustentável e também será importante para a implantação da nossa futura Central de Custos”, revela Elaine.
Texto e fotografia: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Ilustração: DND HC Unicamp