Em 13 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Trombose. Uma doença responsável por uma em cada quatro mortes no mundo e que, em muitos casos, pode começar de forma silenciosa ou com sintomas que são facilmente confundidos com outras doenças menos graves. A data foi instituída em 2014 pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia com o objetivo de alertar sobre riscos e formas de prevenção, tratamento, bem como esclarecer a população sobre uma doença que, embora recorrente, é cercada por dúvidas e desinformações.
A hospitalização é um dos principais fatores de risco para o tromboembolismo venoso (TEV), sendo recomendada a profilaxia para pacientes de alto risco. Entretanto, estima-se que no Brasil até 40% dos pacientes hospitalizados, de alto risco, não recebam esse tratamento, segundo informações de Fernanda Orsi, médica hematologista, professora do Departamento de Patologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e coordenadora de Administração do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, Fernanda Orsi.
Os principais fatores de risco para o tromboembolismo venoso são adquiridos e relacionados a imobilização prolongada, uso de anticoncepcionais, cirurgias, hospitalizações e múltiplas fraturas. Fatores hereditários também estão envolvidos.
“Além disso, temos também gestação, viagem aérea de longa duração, câncer, obesidade, presença de anticorpos antifosfolipídios, entre outros. Todos esses fatores devem ser avaliados para se conhecer o risco do desenvolvimento de trombose e quais medidas profiláticas”, ressalta Fernanda.
Programação, inscrição e lançamento do protocolo clínico
Em conjunto com ações do Dia Mundial da Trombose, o HC da Unicamp promoverá, no dia 18 de outubro, das 14 às 17 horas, no auditório do hospital, o Simpósio Prevenção do Tromboembolismo Venoso. Além de discutir o tema sob uma perspectiva multiprofissional, durante o evento o HC da Unicamp lançará o seu Protocolo Hospitalar de Prevenção do TEV.
Veja aqui a programação completa e faça sua inscrição gratuita para participar do simpósio.
Durante o simpósio, haverá o lançamento do protocolo do HC da Unicamp de prevenção de trombose associada a hospitalização. O que é um grande avanço na qualidade da assistência prestada pelo HC da Unicamp.
“Vamos instituir um protocolo clínico, de preenchimento no AGHUse, no momento da hospitalização do paciente, para alertar sobre os riscos de TEV e apontar a necessidade de tratamento preventivo. A implantação desse protocolo já estava prevista no Planejamento Estratégico do HC e contou com uma ação multiprofissional, envolvendo a enfermagem, a farmácia, a fisioterapia e a equipe médica do HC da Unicamp”, revela Fernanda Orsi, coordenadora de Administração do HC da Unicamp.
Além de Fernanda Orsi, o evento terá como palestrantes Nilcilene Pinheiro, enfermeira e coordenadora do Núcleo de Qualidade e Segurança em Saúde (NQSS); Daniel Franci, coordenador médico das Unidades de Internação Adulto (UIA); o enfermeiro Paulo Rogerio Julio, assistente técnico do Departamento de Enfermagem; a fisioterapeuta Luciana Castilho de Figueiredo, coordenadora do Serviço de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do HC Unicamp; a farmacêutica Mayra Carvalho Ribeiro, coordenadora do Núcleo de Avaliação de Tecnologiasem Saúde (NATS); o médico hematologista Erich de Paula, diretor associado da FCM e representante do Dia Mundial da Trombose; o coordenador de Assistência do HC da Unicamp, o médico oncologista José Barreto Carvalheira e a superintendente do hospital, a médica transplantadora Elaine Cristina de Ataíde.
Sobre a trombose
A trombose ocorre quando há obstrução total ou parcial de um vaso sanguíneo. Pode acometer qualquer vaso, – arterial e venoso – em qualquer parte do corpo. Quando isso acontece na artéria, temos as tromboses arteriais, que incluem as duas principais causas de morte no mundo moderno que incluem o infarto e os AVCs, popularmente conhecidos como derrames. Quando se manifesta na veia, dá origem ao tromboembolismo venoso (TEV).
O tromboembolismo venoso (TEV) inclui as tromboses venosas profundas (TVP), em geral nas veias da perna. E também a embolia pulmonar (EP), que geralmente ocorre quando um trombo de uma veia profunda da perna se solta e se aloja nos pulmões, podendo levar a queda rápida da oxigenação do sangue. O diagnóstico de trombose venosa é geralmente estabelecido pelo ultrassom com doppler e o da embolia de pulmão através de angiotomografia ou cintilografia pulmonar.
O tratamento do TEV é feito com substâncias anticoagulantes que impedem a formação do trombo e a evolução da trombose ou com uso de fibrinolíticos que destroem o trombo. Nos últimos anos, houve uma grande evolução no tratamento do TEV com medicamentos que permitem ao paciente se tratar na própria residência, ressaltando-se que é obrigatório ter sempre um acompanhamento médico, mesmo nessa situação.
Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fotografia: HC Unicamp