O auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp foi palco II Simpósio da Linha de Cuidado de Acidente Vascular Cerebral de Campinas, ocorrido nesta quinta-feira (26/10). Durante todo o dia, especialistas de Campinas e convidados abordaram toda a jornada do paciente com AVC desde a prevenção no nível de atenção primária, atendimento pré-hospitalar, intra-hospitalar e reabilitação.
“É importante elaborarmos em conjunto protocolos efetivos para o que paciente com diagnóstico de AVC seja atendido o mais rapidamente possível e receba o melhor tratamento disponível, para que não fique com nenhuma sequela ou limitação”, disse Elaine Cristina de Ataíde, superintendente do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e anfitriã do evento durante a mesa de abertura.
“Este simpósio é muito importante para a divulgação do que é o AVC e como reconhecer precocemente os sintomas para, com isso, tentar evitar mortes e sequelas”, reforçou o presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni.
O AVC, depois do infarto de miocárdio, é a segunda causa de morte no mundo. Atualmente, cerca de 650 pessoas morrem por ano em consequência de AVC em Campinas. Segundo a Organização Mundial de AVC, 70 mil brasileiros morrem de AVC todos os anos e uma em cada 10 pessoas que sofreram um AVC terão outro nos 12 meses seguintes.
O neurologista Wagner Mauad Avelar, responsável pelo serviço de neurologia vascular do (HC) da Unicamp, fez a primeira conferência evento falando sobre a etiologia do AVC. De acordo com Wagner, existem dois tipos de AVC: o isquêmico e o hemorrágico.
“O AVC isquêmico representa cerca de 80% a 85% dos casos de AVC. No AVC isquêmico há diminuição ou interrupção total do fluxo de sangue em uma artéria, levando à lesão do tecido cerebral. Já no AVC hemorrágico ocorre o extravasamento de sangue para o tecido cerebral, devido à ruptura ou lesão da parede de uma artéria”, explicou Wagner, que concedeu uma entrevista à TV Unicamp onde o neurologista do HC da Unicamp falou mais sobre AVC, suas causas, sintomas, fatores de risco, prevenção e tratamento.
Assista abaixo a entrevista do especialista do HC da Unicamp ao Direto na Fonte.
“A linha de cuidado de AVC é multidisciplinar e uma preocupação importante na saúde pública. Esse cuidado aumenta a qualidade de vida dos pacientes. A Unicamp tem orgulho de sediar o evento”, disse o pró-reitor da Unicamp Ivan Felizardo Contrera Toro, representando a reitora em exercício Maria Luiza Moretti.
“Ter uma linha de cuidado para uma doença tão grave na qual a recuperação precoce muda o prognóstico e a evolução dos pacientes acometidos com AVC é muito significativo. Além disso, é importante que os nossos alunos aprendam sobre isso durante sua formação acadêmica”, comentou Cláudio Saddy Rodrigues Coy, diretor da FCM.
Dia Mundial do AVC
O dia 29 de outubro, Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral), é uma data para alertar a população sobre os riscos desta emergência médica. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC é segunda causa de morte no mundo e a principal causa de incapacidade no adulto. A cada quatro pessoas, uma pode ter a doença por vários fatores, como hipertensão, sedentarismo, colesterol elevado, obesidade, diabetes, tabagismo entre outros.
“O AVC é uma catástrofe, pois não só deixa o paciente incapacitado, como muda toda a dinâmica familiar. A cada um minuto transcorridos de um AVC morrem 1,9 milhões de neurônios”, alertou Wagner.
Trabalhos científicos
Pela primeira vez, o Simpósio contou com a inscrição de 17 trabalhos científicos e três foram considerados os melhores e apresentados durante o evento. “Essa foi a primeira semente. Esperamos que no próximo simpósio tenhamos mais trabalhos científicos inscritos”, disse Angélica Olivetto de Almeida, responsável pela Seção de Enfermagem em Educação Continuada do HC da Unicamp e integram da comissão organizadora do simpósio.
O trabalho Perfil sócio demográfico dos pacientes atendidos com diagnóstico de Acidente Vascular
Cerebral no Hospital de Clínicas da Unicamp foi apresentado por Ana Paula Melo D´Amorim, enfermeira da UER do HC da Unicamp; o trabalho Custos na assistência ao paciente com Acidente Vascular Cerebral no Brasil foi apresentado por Elisiana Roberta de Lima Ferreira, acadêmica de Enfermagem do curso de graduação da Unimetrocamp e o trabalho Implantação da ferramenta GUSS como preditor de disfagia, prevenção de ABP e orientação para introdução de via oral de alimentação na Unidade de AVC, foi apresentado por Laís de Oliveira Lopes da Rosa, fisioterapeuta e pós-graduanda em fisioterapia hospitalar pela Unicamp.
Organização
A mesa de abertura do II Simpósio AVC Campinas foi composta também pelo superintendente e diretor técnico do Hospital da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Aguinaldo Pereira Catanoce; pelo vereador da cidade de Campinas, major Jaime de Souza e por Mônica Regina Prado de Toledo Macedo Nunes, representando o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon e o prefeito de Campinas, Dario Saadi.
O II Simpósio sobre AVC foi promovido pelo Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Faculdade de Enfermagem da Unicamp, Hospital PUC Campinas, Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar: Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, Complexo Hospitalar Prefeito Edvaldo Orsi (CHOV), Unidades de Pronto Atendimento, Serviço Móvel de Emergência de Campinas e Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Campinas.
O evento contou com apoio da Empresa Boehringer Ingelheim, Cristália, Exclusiva, Aviões (Especialistas de Ponta a Ponta), Seasa (Fornecedor Floraplast) e Superintendência do HC da Unicamp.
Assista também:
Texto e fotografia: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp