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Jardins internos do HC são revitalizados em homenagem aos servidores vítimas da covid-19

Terra e plantas secas não estavam combinando com o lugar onde as pessoas buscam saúde e mais vida

Os jardins internos do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp foram revitalizados em homenagem aos servidores vítimas da covid-19. O projeto para a revitalização dos jardins do HC nasceu a partir de um tempo de espera e observação de que os espaços reservados para os jardins estavam na maior parte, sem plantas e as poucas que resistiam estavam secas. Isso gerou uma ação chamada de “corrente do bem”.

A história do projeto de revitalização dos jardins internos do HC foi revelada durante a cerimônia que aconteceu na sexta-feira (15/12), pela manhã, no pátio do segundo andar dos ambulatórios do hospital:

Terras secas, plantas secas não estavam combinando com o lugar onde as pessoas buscam saúde e mais vida.  A solução foi aproveitar o tempo de espera e imaginar como seria se ali tivesse um jardim como nos Shoppings. A partir daí foram tiradas fotos e começou-se a sensibilizar as pessoas para ajudar a mudar aquela realidade. O primeiro passo foi ouvir a Superintendência e os profissionais responsáveis por aqueles serviços. Muitos motivos legítimos foram apresentados para aquela situação.

Não bastava plantar um novo jardim. O maior desafio seria mantê-lo vivo. Precisaria ser regado, adubado, substituir plantas quando necessário, teria que ser cuidado quase que diariamente, como tudo que tem vida. Rapidamente, foi formada a corrente do bem, com o propósito de proporcionar um ambiente agradável para todas as pessoas que circulam pelos espaços.

Um grupo com pessoas sensibilizadas com a causa foi formado. Foi feito um estudo com base nas metragens das jardineiras, levantamento dos tipos de plantas e materiais que melhor se adequariam ao espaço, e providenciado orçamento. A partir desse objetivo, nasceu o propósito para prestar homenagem póstuma aos servidores do HC vítimas da covid-19.

Alinhado com a política Nacional de Humanização (PNH), estratégia implantada em 2003 pelo Ministério da Saúde, o projeto foi submetido ao Conselho Orientador do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS). Das várias diretrizes que norteiam o PNH, a ambiência é uma delas, e tem como princípio criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas.

A Funcamp se sensibilizou com a causa e se dispôs a realizar o plantio e a cuidar dos jardins. Foi colocado como meta entregar a revitalização antes do Natal. Para além dos lindos jardins, foram entregues também duas árvores de Natal!

Elaine Cristina de Ataíde, superintendente do HC da Unicamp, agradeceu a todos que colaboraram com o projeto de revitalização dos jardins internos do hospital e disse que os pacientes, acompanhantes e funcionários já sentem a diferença no ambiente que ficou mais acolhedor. “Tudo foi feito com muito carinho e cuidado. Queremos estender essa iniciativa e ampliar essa energia do bem para outros locais do hospital. Já temos planos para isso”, revelou Elaine.

A coordenadora geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti, leu um trecho do poema bíblico Olhai os lírios do campo e disse que o local de atendimento dos pacientes deve ser bonito, porque o hospital é aonde as pessoas vem buscar aquilo que é mais precioso: a saúde. “Quando sentimos que algo não vai bem, aí que descobrimos o real valor da vida humana. Recebam os lírios do campo, profissionais da saúde, e continuem fazendo bem à vida humana”, desejou Maria Luiza.

Entre as autoridades presentes na inauguração dos jardins estavam Luiz Carlos Fernandes Júnior, coordenador do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS); Orival Andries Júnior, diretor executivo da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Fucamp); Paulo Cesar Montagner, chefe de gabinete e Fernando Sarti, pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, além de dezenas de convidados.

Luiz Carlos disse que os jardins estavam precisando de vida e que o GGBS está disposto a “ajudar o hospital a avançar em ações como essa”. Orival comentou que a Funcamp ficava grata em poder trazer um pouco de alegria para todos que circulam pelo HC. “Uma pequena flor é capaz que trazer alegria aos nossos corações e ao hospital”, disse Orival.

Paulo Cesar Montagner é também presidente do Conselho Orientador do GGBS e comentou que a área da saúde é um orgulho para a Unicamp. Ele se disse satisfeito com a articulação entre as diversas áreas, setores e departamentos da Universidade para a ação desencadeada em favor do HC da Unicamp. “Fico feliz com a ideia de homenagear as pessoas que se foram e as que trabalharam duramente para chegarmos até aqui”, ressaltou.

Fernando Sarti, pró-reitor de desenvolvimento universitário, disse que a inauguração dos jardins tem um simbolismo e que é importante olhar para o passado, entender o que foi o drama da pandemia, e como o HC perdeu alguns guerreiros. “Quando se sonha conjuntamente, é possível enfrentar qualquer desafio. Que venham novos desafios com espírito de união”, comentou.

Coube ao coordenador geral do Departamento de Enfermagem do HC da Unicamp, Joaquim Antonio Graciano, relatar como foram os dias de luta durante a pandemia. “Falar da pandemia e do que vivenciamos aqui é algo complexo”, começou Graciano.

“Em março de 2020, a Universidade virou um deserto e nós ficamos na linha de frente. Foram dias de choro, medo, insegurança, orações… experimentamos sentimentos nunca vistos… Passamos situações limites. Muitos funcionários pediram demissão, outros se afastaram… perdemos a Luci, a Roseli, o Fábio… Todos os dias da pandemia eu implorava por sabedoria para não perder mais nenhum companheiro de trabalho. Obrigado pela homenagem que vocês estão prestando hoje para todos àqueles que faleceram de covid-19 no HC, no Brasil e no mundo”, contou, entre lágrimas, Joaquim.

Ao final dos discursos, foi descerrada a placa do memorial em homenagem aos funcionários vítimas de covid-19 e inaugurado os jardins. Pequenas mudas de suculentas foram entregues às pessoas que acompanharam a cerimônia e aos pacientes que aguardavam atendimento. A “corrente do bem” teve o apoio da Superintendência do HC, da Reitoria, da PRDU, do GGBS, da Funcamp, da Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH), do Instituto de Geociências (IGE) e de outros colaboradores da Unicamp.


Texto e fotografia: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp

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