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Simpósio sobre enfermagem em UTI reúne profissionais de Campinas e região

Especialistas do HC e convidados falam sobre tecnologias e cuidado multiprofissional à beira leito

O Departamento de Enfermagem e o Serviço de Enfermagem em Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp promoveram no dia 8 de março o I Simpósio sobre Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva. O evento aconteceu no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e teve mais de 300 inscritos, sendo 40 representantes de cidades da Diretoria Regional de Saúde de Campinas (DRS-VII). Entre os assuntos abordados estavam o atendimento multidisciplinar em UTI, plano terapêutico, terapia renal, o uso da tecnologia e a ultrassonografia à beira leito, entre outros temas.

“Esse evento era um sonho que tínhamos há bastante tempo. Estamos seguindo o planejamento estratégico do Departamento de Enfermagem que é distribuir o conhecimento que produzimos no HC da Unicamp para a região metropolitana de Campinas”, disse Priscila Urquisa da Silva, coordenadora de Enfermagem do Serviço de Terapia Intensiva do HC da Unicamp.

A superintendente do HC da Unicamp, Elaine Cristina de Ataíde, disse que UTI ganhou um espaço importante dentro da sociedade, especialmente por conta da pandemia de covid-19, e mostrou que o cuidado em UTI não é mais pontual, ele agora é contínuo e multidisciplinar e acompanha o paciente mesmo após a sua alta. “Iniciativas como essa vão propiciar o aprimoramento do cuidado de nossos pacientes, que é nosso objetivo principal. As portas de nosso hospital, que é público e 100% SUS, estão abertas para o ensino e a inovação”, ressaltou Elaine.

A Terapia Intensiva é uma especialização recente, multidisciplinar, que depende bastante do contato com a indústria que desenvolve equipamentos como monitores, respiradores ou técnicas de diálise, entre outros. A formação do intensivista é cada vez mais ampla e complexa. No entanto, é essencial a articulação entre a tecnologia leve e dura na assistência, de modo que ambas se tornem complementares na atuação da equipe multidisciplinar.

“Eu acho bonito essa coisa da tecnologia, mas não podemos esquecer das necessidades básicas do ser humano, principalmente quando ele está em uma UTI. A vida dele está em nossas mãos”, alertou Joaquim Antonio Graciano, coordenador do Departamento de Enfermagem do HC da Unicamp, em sua fala de boas-vindas para o público presente na cerimônia de abertura.

A especialidade de Terapia Intensiva está entrelaçada ao desenvolvimento da tecnologia, o que exige preparo e aquisição de informação e conhecimento constantemente. Diante da emergência do doente, dados têm que ser processados rapidamente para se decidir por qualquer intervenção. De seus profissionais exigem-se rapidez, assertividade, conhecimento de diversas especialidades e familiaridade com as tecnologias empregadas nos vários sistemas e equipamentos – é uma área ampla e que pede por uma formação impecável.

O pró-reitor de Graduação da Unicamp, Ivan Toro, representou o reitor da Unicamp Antonio José de Almeida Meirelles na cerimônia. Toro destacou que o HC é a maior unidade de saúde da Unicamp e que, no início do hospital, na década de 1980, a UTI era outra e tecnologia era totalmente diferente da usada hoje em dia. “Mas a UTI do HC sempre foi um espaço acolhedor, onde já fazíamos pesquisa e ensino de ponta e a enfermagem era protagonista”, ressaltou Toro.

Edineis de Brito Guirardello, representando Roberta Cunha Matheus Rodrigues, diretora da Faculdade de Enfermagem (FEnf) da Unicamp, também lembrou dos primórdios da UTI do HC. Na época, Edineis era supervisora do UTI e relembrou que uma das ações da equipe da época, juntamente com a equipe médica e a equipe de fisioterapia, era disseminar o conhecimento. “Estou orgulhosa do que vocês estão fazendo. Tenho certeza que vocês tem condições de dar continuidade a essa estratégia de atualização profissional que é muito importante”, disse Edineis.

Comunicação em UTI

Em 2013 foi implantada a Política Nacional de Segurança do Paciente e uma das metas é a comunicação. Dados da Joint Commission International (JCI), maior agência verificadora da qualidade em saúde do mundo – representada no Brasil pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) –, mostram que a falha de comunicação é responsável por mais de 60% dos eventos adversos nos hospitais de todo o mundo.

Esse dado foi apontado por Luciene Barbosa Bispo Ferreira, enfermeira assistencial da UTI adulto do HC da Unicamp durante a palestra sobre conceitos e a implementação da estratégia do Safety Huddle em UTI. O Safety Huddle é uma ferramenta de comunicação que se utiliza de reuniões de segurança rápidas diárias para compartilhar problemas relacionados à assistência, indicar soluções e tratar sobre o processo de trabalho da equipe.

“Sem comunicação a gente não consegue prestar a assistência e dar atenção adequada ao paciente. Não adianta ter tecnologia relacionada à comunicação se não conseguirmos aprimorar o relacionamento e a comunicação com a equipe para garantir o cuidado qualificado e a segurança do paciente”, alertou Luciene, que é doutoranda e mestre em Ciências da Saúde pela FEnf e especialista em Gestão em Saúde.

O evento teve apoio da empresa Aviões – Especialistas de ponta a ponta, URGO, Coloplast e Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS). “Somos um órgão parceiro do HC que sempre apoia o hospital em eventos como esse, que permitem a integração, o aumento da qualidade de vida e também da melhoria do ambiente de trabalho”, disse Gustavo Henrique Sampaio Araújo representando o coordenador do GGBS, Luiz Carlos Fernandes Junior.


Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fotografia: Edimilson Montalti e equipe do Departamento de Enfermagem do HC

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