Em 14 de março de 2024 foi comemorado o Dia Mundial do Rim. O tema da campanha desse ano é “Saúde dos rins e exame de creatinina para todos: porque todos têm o direito ao diagnóstico e acesso ao tratamento”. Foram realizadas ações de panfletagem e distribuição de bexigas na entrada do terminal de ônibus de Barão Geraldo e disponibilização de material informativo aos pacientes na enfermaria de Nefrologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.
“Conversamos com as pessoas que estavam passando pelo terminal, explicando a importância de conhecer os sinais e sintomas de alarme das doenças renais, a forma de diagnosticar e os fatores de risco”, afirmou Rodrigo Bueno de Oliveira, docente da área de Nefrologia do Departamento de Clínica Médica da FCM e orientador da Liga de Nefrologia e Urologia.
A doença renal crônica atinge aproximadamente 10% da população adulta. O diagnóstico em geral é simples. O médico faz uma consulta, identifica os fatores de risco, o histórico pessoal e familiar, examina o paciente, por exemplo, medindo a pressão e procurando por edema. A confirmação da suspeita diagnóstica se dá através da dosagem de dois exames simples: dosagem da creatinina no sangue e análise de urina (tipo 1), presentes em qualquer unidade básica de saúde.
A creatinina é um exame de sangue que ajuda a medir a taxa de filtração dos rins. Em níveis elevados, significa que o rim está filtrando com dificuldade. Já no exame de urina, uma amostra é analisada para detectar a presença de proteínas, sangue (hemácias) ou células de defesa (leucócitos). O excesso desses elementos pode indicar doença renal crônica. Por fim, os fatores de risco incluem diabetes, hipertensão, histórico familiar de doença renal, histórico pessoal de infecções urinárias, pedra nos rins, doença cardiovascular e idade superior a 50 anos.
As ações de prevenção de doenças renais, em especial as crônicas, incluem alimentação balanceada, pobre em sal e em gordura, prática regular de exercícios físicos. Controlar o estresse, evitar fumar e ingerir bebida alcoólica também ajudam a promover a saúde de maneira geral. Além disso, é importante monitorar e tratar doenças como diabetes e pressão alta, principais causas da doença renal crônica.
“Nos últimos 10 anos, apareceram remédios efetivos em retardar a progressão da doença. A maioria deles está disponível no Brasil. Em geral, o médico que faz o tratamento é o nefrologista, quando a doença renal crônica já é moderada ou avançada. Mas o clínico geral ou outro especialista pode usar esses medicamentos para retardar a progressão desse tipo de doença já nas fases iniciais”, finalizou o médico do setor de Nefrologia do HC.
Matéria originalmente publicada no site da FCM por Karen Menegheti de Moraes
Edição de texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp