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O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima o aparecimento de quase 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço, entre tumores de cavidade oral, laringe e tireoide, esse ano no Brasil. Segundo o INCA, o principal tipo de câncer nos homens é o de boca e, nas mulheres, o de tireoide. Apesar da alta incidência, as chances de cura podem alcançar até 90% se a doença for diagnosticada e tratada precocemente.

“Dor na boca, feridas na língua, na laringe ou na cavidade oral, dificuldade de engolir, mudança na voz, lesões na pele da face ou aparecimento de nódulos (caroços) no pescoço são sinais que indicam a necessidade de se procurar um serviço de saúde para uma primeira avaliação”, alerta Alfio Tincani, médico cirurgião especialista em câncer de cabeça e pescoço do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e professor titular do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e do Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU) da Unicamp.

Prevenção e riscos

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), o hábito de fumar e ingerir bebidas alcoólicas potencializa em até 20 vezes o risco de uma pessoa saudável desenvolver algum tipo de câncer de cabeça e pescoço. A SBCCP também alerta que o papilomavírus (HPV), tem contribuído com o aumento da doença principalmente em região da boca (orofaringe) nos últimos anos.

Estudos brasileiros comprovam que cerca de 7% da população pode ter infecção pelo HPV detectada na boca devido a comportamento sexual com múltiplo parceiros e baixa imunidade.

“Estamos, realmente, vendo um número maior de pacientes com tumores de orofaringe causados pelo vírus HPV. Este aumento ocorre mais nos jovens, sexo masculino com nível socioeconômico alto e com vários parceiros”, comenta Tincani.

Mudanças de hábitos, como alimentação saudável, prática de exercícios físicos, ter uma boa higiene pessoal, cuidados com exposição solar, não fumar, consumir bebida alcoólica com moderação e manter relações sexuais com proteção adequada podem contribuir para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço.

“Idosos que fumam ou bebem muito devem ficar atentos a qualquer ferida que aparecer na boca, rouquidão ou mudança de voz”, orienta o especialista do HC da Unicamp.

Tratamentos melhoraram

O HC da Unicamp é um dos hospitais públicos que realiza cirurgias de cabeça e pescoço e faz o tratamento e acompanhamento de pacientes na região de Campinas. Entre os anos de 2022 e 2023, a disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Departamento de Cirurgia, juntamente com o grupo do IOU, realizou perto de mil procedimentos cirúrgicos, inclusive fazendo mutirões em finais de semana.

“Os tratamentos melhoram muito. Antigamente, só havia praticamente a cirurgia e a radioterapia com aparelhos não eficientes como os de agora para tratamento destes tipos de tumores. Hoje, além da cirurgia, temos a radioterapia com aparelhos de última geração, quimioterapia e imunoterapia que podem ser usadas separadamente ou associadas para o tratamento destes doentes”, explica Tincani.

Simpósio e Meses Coloridos

Criado pela International Federation of Head and Neck Oncologic Societies (IFHNOS), com apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), o dia 27 de julho foi instituído como Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço. O mês de julho foi oficialmente instituído como o Mês Nacional do Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço por meio da Lei nº 14.328, de 20 de abril de 2022.

Julho Verde é o mês de combate ao câncer de cabeça e pescoço

No dia 13 de julho, no Instituto de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Unicamp (IOU), acontece o 1º Simpósio Julho Verde – Câncer de Cabeça e Pescoço. O evento, organizado pelo CepidCancerThera e promovido pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, será uma oportunidade para especialistas de diversas áreas trocarem conhecimentos atualizados sobre diagnósticos e tratamentos de tumores de cabeça e pescoço, doenças complexas que exigem o trabalho conjunto de equipes multidisciplinares na abordagem e nos cuidados com os pacientes.

No simpósio, serão discutidos temas como avaliação multimodal por imagens (essencial para diagnósticos e estadiamentos precisos), novas técnicas cirúrgicas considerando o impacto do papilomavírus humano e o protocolo de hipofracionamento HYPNO para otimizar tratamentos na estrutura hospitalar do Sistema Único de Saúde.

“Além disso, serão discutidas novas perspectivas terapêuticas para tumores avançados e a possibilidade de preservação da laringe, bem como desenvolvimentos recentes na pesquisa clínica, incluindo biópsia líquida e metalofármacos em tumores de cabeça e pescoço”, explica Tincani.

Veja a programação e a inscrição em https://www.fcm.unicamp.br/eventos/evento/574

O projeto Meses Coloridos, uma parceria entre Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, Faculdade de Enfermagem (FEnf) e Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC) , realiza ação de conscientização sobre câncer de cabeça e pescoço no dia 11 de julho, das 8 às 11 horas e das 13h às 14h30 no IOU e no 24 de julho, às 9 horas, no ambulatório de oncologia, localizado no 3º andar do hospital. Nesse dia, serão entregues aos pacientes e visitantes material informativo sobre o Julho Verde.


Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fotografia: Divulgação

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