Médicos, médicos-residentes e cirurgiões do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) participaram na quarta-feira (28/8), no anfiteatro do hospital, de palestras sobre cirurgia robótica. De acordo com a superintendente do HC da Unicamp, Elaine Cristina de Ataíde, que deu às boas-vindas aos participantes, as palestras fazem parte das tratativas para a instalação do Sistema Da Vinci de cirurgia robótica no Centro Cirúrgico do HC.
“Essa tecnologia veio pra ficar e é um investimento que temos que fazer em inovação para melhorar o treinamento de nossos cirurgiões, a formação de nossos médicos-residentes e o atendimento de ponta para nossos pacientes”, ressaltou Elaine.
A abertura do evento foi conduzida pela cirurgiã vascular do HC da Unicamp Terezinha Guillaumon. “A paixão do médico cirurgião é racional. Temos que trazer o que há de melhor para nossos pacientes. A Universidade precisa continuar na linha de frente da pesquisa e da inovação tecnológica”, reforçou Guillaumon.
Os médicos e cirurgiões Claudio Saddy Rodrigues Coy, João Coelho e Ubirajara Ferreira fizeram as palestras expositivas sobre a robótica nas cirurgias coloprocto, digestiva e urológica, respectivamente.
De acordo com o gastrocirurgião João Coelho, a cirurgia robótica muda a dinâmica do centro cirúrgico de um hospital e todos precisam ser treinados – cirurgiões, técnicos, equipe de enfermagem. Ela é menos invasiva e agressiva e traz benefícios aos pacientes, como recuperação mas rápida.
‘Sou um entusiasta da cirurgia robótica. Entretanto, os princípios da cirurgia tradicional tem que ser mantidos sempre”, disse João Coelho durante sua apresentação.
Cláudio Coy, diretor da FCM, disse que nos Estados Unidos hoje se faz mais cirurgias robóticas do que cirurgias laparoscópicas e uma tendência mundial. “A cirurgia robótica veio pra ficar. Aos poucos ela irá substituir a cirurgia laparoscópica. A cirurgia robótica traz um ganho para o paciente e para um avanço hospital. Sem dúvida é uma iniciativa ousada”, comentou Coy.
Ubirajara Ferreira, médico urologista do Departamento de Cirurgia e do HC da Unicamp, disse que a urologia da Unicamp abraçou a cirurgia minimamente invasiva já na década de 1990 realizou a primeira orquiectomia – retirada cirúrgica do testículo – por laparoscopia no mundo e anteviu as perspectivas da tecnologia robótica. “Nós queremos continuar na vanguarda e por que não ter isso para os pacientes do SUS?”, questionou Ubirajara.
Sara Bueno fez a apresentação sobre a empresa Strattner e disse que no Brasil há 122 sistemas Da Vinci instalados em hospitais de 19 estados brasileiros. Ainda segundo Sara, a cada 16 segundos um cirurgião inicia, hoje, algum procedimento robótico no mundo e 34 mil publicações usando dados da cirurgia robótica são produzidas.
“Sabemos da força da Unicamp em ensino e pesquisa e queremos ter a Universidade e o HC como nossos parceiros desbravando novos estudos científicos e oferecendo aos pacientes do SUS uma tecnologia que dificilmente teriam acesso em outro local. Isso aquece nossos corações”, revelou Sara.
Mês histórico
O gastrocirurgião Nelson Andreollo, decano da disciplina de Cirurgia, deu os parabéns pela iniciativa disse que o mês de agosto precisa ser lembrado como histórico para o HC, por ter nessa data a primeira reunião organizada pela superintendência do HC, diretoria da FCM e chefia do Departamento de Cirurgia para tratar da cirurgia robótica.
De memória prodigiosa, Andreollo lembrou que o HC foi pioneiro na década de 1980 em oferecer laparoscopia e em 1993 o primeiro hospital do país em realizar um cirurgia por videolaparoscopia em um paciente do SUS. “Depois de tantos anos, estamos vendo essa história quase se repetir com os avanços que a cirurgia robótica trará para nosso hospital”, finalizou Andreollo.
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Texto e fotografia: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp