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Cuidados Paliativos

O zelo pela vida não acaba quando um laudo médico conclui que não há mais o que ser feito. É isso que defende a medicina de cuidados paliativos, uma abordagem que se propõe a oferecer conforto, dignidade e qualidade de vida aos pacientes sem perspectiva de cura. Em 2024, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Cuidados Paliativos a pessoas que enfrentam doenças graves ou crônicas. No entanto, seis anos antes, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp já realizava esse trabalho pioneiro que vai além do cuidado médico.

Desde 2019, esse tipo de assistência vem crescendo. Ao longo de seis anos foram 1,6 mil atendimentos. Mas, muito além dos números, a unidade também soma histórias de quem viu na medicina paliativa um jeito respeitoso e memorável de se despedir da própria existência. Na reportagem especial Cuidados Paliativos, exibida nesta sexta-feira (14), o EPTV1 explica a importância dessa assistência e como ela é essencial para pacientes, familiares e amigos.

O que é o cuidado paliativo

O cuidado paliativo é uma abordagem da medicina que busca oferecer assistência aos pacientes que tenham uma doença que ameaça a continuidade da vida. O objetivo é estabelecer bem-estar e conforto, não apenas para quem vive o diagnóstico, mas também para a família e quem vive ao redor, como explica a médica Cristina Terzi, coordenadora do Serviço de Cuidados Paliativos do HC da Unicamp. “Enquanto está fazendo cirurgia, quimioterapia, radioterapia, procedimentos, os cuidados paliativos já podem estar atuando. Então, a gente vai dar esse apoio físico, social, espiritual, psicológico, entender o paciente como um paciente e não como uma doença”, explica Cristina.

Último sonho

Realizar o último sonho de alguém também é uma forma de cuidar. Foi o que aconteceu com o seu Hugo Barbosa. Natural de Recife (PE), ele trabalhava na região de Campinas quando sofreu um acidente. No hospital, descobriu um câncer no intestino. Passou por várias cirurgias, mas não deixou mais a internação. Um dos últimos desejos de Hugo era voltar para cidade que ele tanto amava, Recife.

Após a família conseguir uma vaga para ele num hospital de Recife que atendesse as necessidades médicas, a equipe de Cuidados Paliativos do HC da Unicamp comprou duas passagens aéreas – para ele e para a médica residente voluntária Letícia Costa – e conseguiram que ele embarcasse no dia 24 de janeiro de 2025 para ficar junto de sua família.

Na madrugada de terça-feira, 4 de fevereiro, Hugo veio a falecer e seu irmão Lúcio enviou a seguinte mensagem para o HC da Unicamp, particularmente ao grupo de Oncologia, Enfermagem e, especialmente, o setor de Cuidados Paliativos:

“Vocês compartilharam da nossa dor e realizaram o sonho de Hugo, que era voltar pra casa. Não temos com que pagar, a não ser com a nossa amizade e gratidão eternas. Agradeço a cada um de vocês, anjos que Deus mandou para nos ajudar a atravessar esse rio de águas turbulentas e possibilitar uma passagem segura para Hugo”, escreveu Lúcio.

Agora, as equipes do Cuidados Paliativos e do Projeto Wishes abriram uma “vaquinha virtual” pelo PIX 51.283.432/0001-98 do Amigos do HC para restituir as despesas com a viagem de Hugo, de aproximadamente 11 mil reais.

“Ele teve a oportunidade de ir à praia, sentir a areia sob os pés e saborear uma água de coco antes de ser internado na área de Cuidados Paliativos do hospital em Recife. Sua gratidão era imensa. A história de Hugo representa mais um legado deixado e o resultado de um esforço coletivo para realizar o último desejo de alguém”, conta a enfermeira e especialista em Cuidados Paliativos do HC da Unicamp Roberta Antoneli Fonseca.

Leia também a reportagem publicada no site do HC da Unicamp.

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