O Banco Multitecidos Humanos Humanos (BMTH) do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp recebeu no mês de agosto a visita do vereador Gustavo Petta (PCdoB). Petta conheceu as instalações do BMTH, tirou dúvidas sobre a doação de tecidos e ossos e ouviu as necessidades do BMTH para manter-se na vanguarda do conhecimento científico e na realização de transplantes musculoesqueléticos para mais pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas e região.
O vereador campineiro foi recebido pelo médico e responsável técnico do BMTH Gustavo Constantino de Campos e pelo médico e coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Unicamp, Helder Zambelli, além da equipe multiprofissional do BMTH. De acordo com Constantino, o BTMH tem a melhor e mais moderna estrutura do país e uma equipe de ponta, porém, os custos são altos e o BMTH precisa de investimentos para atender mais pessoas.
“Hoje, há centenas de pacientes esperando por transplantes de ossos para prótese de joelho, quadril e tumores ortopédicos. O grupo de quadril do HC da Unicamp, por exemplo, tem 47 pessoas na fila de espera que não farão cirurgia se não tiver o Banco de Multitecidos para captar, preparar e armazenar tecidos e ossos de doadores”, contou Constantino, apresentando ao vereador uma lista de investimentos para a compra de equipamentos e insumos.
Petta parabenizou a todos pelo trabalho e pela iniciativa do BMTH e disse sempre olhar para a Unicamp e para o HC como locais que estão na fronteira do conhecimento e da saúde pública. “Não tenho dúvidas que o Banco de Multitecidos é fundamental para Campinas, para o Estado e para o país. Vou me empenhar em buscar emendas municipais e federais e, assim, viabilizar as demandas apresentadas”, disse Petta.


Doação e captação de multitecidos
O Banco de Multitecidos Humanos do HC da Unicamp recebeu em agosto de 2024 a autorização de funcionamento pelo Ministério da Saúde para captação, processamento e distribuição de tecidos musculoesqueléticos, conforme Portaria 2.033.
A captação de tecidos musculoesqueléticos pode ser feita a partir de três tipos de doadores: os doadores vivos, que são pessoas que irão se submeter a procedimentos ortopédicos como prótese do quadril e que podem doar a cabeça de fêmur que é retirada na cirurgia; os doadores em morte encefálica, que são os mesmos doadores de órgãos como coração, rins e fígado e, ainda, os doadores de coração parado, pessoas que podem doar tecidos musculoesqueléticos após o falecimento, desde que isso seja feito em menos de 15 horas.
“A captação de tecidos e ossos é algo novo. As pessoas têm ainda uma visão cardiocêntrica da vida e não sabem o que é morte encefálica. Precisamos melhorar a conscientização sobre doação de órgãos e multitecidos para aumentar o número de notificações e, assim, atendermos as demandas de transplantes”, disse Zambelli.
