O Projeto Meses Colorido realizou mais duas ações de conscientização no mês de setembro no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp: no dia 27, no ambulatório de Psiquiatria, houve uma ação pelo Dia Nacional de Combate ao Fumo e, no dia 29 de setembro, no ambulatório de Neurologia, houve outra ação para conscientização sobre a esclerose múltipla, dentro do Agosto Laranja.
O projeto Meses Coloridos é uma ação realizada pelo Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, a Faculdade de Enfermagem (FEnf) e a Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC). O objetivo desse projeto é desenvolver campanhas de conscientização em saúde, associando cada mês a uma cor representativa de uma causa específica, a fim de promover a educação, prevenção e sensibilização da comunidade sobre questões de saúde.
Combate ao fumo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o tabaco mata mais de oito milhões de pessoas por ano. Mais de sete milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
Desde 2000, o HC da Unicamp mantém o Ambulatório de Substâncias Psicoativas (ASPA) que trabalha com abordagens intensivas aos fumantes que desejam parar de fumar. O ASPA é composto por uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.
Há diversos produtos derivados de tabaco: cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para narguilé, rapé, fumo-de-rolo e Dispositivos Eletrônicos para Fumar, também conhecidos como cigarro eletrônico ou vape, com grande potencial de produzir dependência.


“É possível tratar o tabagismo. A combinação de medidas comportamentais, que são trabalhadas principalmente em grupo, juntamente com o auxílio farmacológico, que pode incluir terapia de reposição de nicotina, tem se mostrado ferramentas eficientes para quem deseja para de fumar”, explica a psiquiatra e responsável pelo ASPA do HC Unicamp, Renata Cruz Soares de Azevedo.
Por semana, o ASPA-Tabagismo atende 20 pacientes. O atendimento é porta aberta e a entrada é pelo grupo de motivação, todas as quartas-feiras, às 7h30 da manhã.
Agosto Laranja
A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória multifatorial, autoimune e degenerativa que compromete o sistema nervoso central (SNC) por meio da desmielinização e da degeneração de neurônios. Apesar de rara, estima-se que entre 40 e 50 mil pessoas convivam com a esclerose múltipla no Brasil.


“Alguns fatores de risco como baixa dosagem de vitamina D, as infecções pelo vírus Epstein-Barr, também conhecida como doença do beijo, a obesidade e o tabagismo ou fatores genéticos causam uma alteração no sistema imunológico e os glóbulos brancos passam a atacar as células localizadas no cérebro e na medula”, explica a médica neurologista e especialista em esclerose múltipla do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, Mariana Moreira Soares de Sá, durante o podcast.
A esclerose múltipla é uma doença que tem uma evolução lenta e crônica, que pode afetar o sistema cognitivo, a visão, a mobilidade, a fala, o sistema digestivo entre outros sistemas do corpo. Tais Ribeiro de Melo convive com a doença desde o ano passado, quando descobriu que tinha o caso mais comum de esclerose múltipla, chamada de esclerose múltipla remitente recorrente (EMRR).
“Em janeiro de 2022 tive covid e depois comecei a ter fadiga, formigamento nas mãos, visão turva, dores de cabeça e nas juntas, principalmente em momentos de emoção ou nervosismo. O diagnóstico de esclerose múltipla foi fechado após os exames de licor de coluna e ressonância magnética”, revelou Tais durante o podcast.
“O diagnóstico precoce é essencial, visto que hoje em dia há medicamentos que reduzem a inflamação e podem influenciar na progressão da neurodegeneração dos neurônios”, revela Mariana.
Ressonância é um podcast do HC da Unicamp em parceria com a SEC Rádio e TV Unicamp. O podcast aborda assuntos de saúde de interesse geral da população, campanhas e entrevistas com especialistas do hospital. A edição desse mês está disponível no YouTube e plataformas de streaming como Spotify, Deezer e outros. Ouça também as demais entrevistas na playlist do HC da Unicamp.