Projeto Meses Coloridos faz ação de conscientização sobre câncer de cabeça, pescoço e ósseo


Julho Verde e Amarelo faz parte do calendário de ações dentro do HC

O projeto Meses Coloridos realizou duas ações no mês de julho para conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço e o câncer ósseo. As ações com a distribuição de panfletos informativos para pacientes, familiares e visitantes aconteceram no Instituto de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Unicamp (IOU) e nos ambulatórios de Oncologia e Ortopedia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.

O projeto Meses Coloridos é uma ação realizada pelo Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, a Faculdade de Enfermagem (FEnf) e a Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC). O objetivo desse projeto é desenvolver campanhas de conscientização em saúde, associando cada mês a uma cor representativa de uma causa específica, a fim de promover a educação, prevenção e sensibilização da comunidade sobre questões de saúde. O projeto foi aprovado pela ProEC com uma verba total de custeio de R$ 35 mil até março de 2026.

Julho Verde

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima o aparecimento de quase 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço, entre tumores de cavidade oral, laringe e tireoide, esse ano no Brasil. Segundo o INCA, o principal tipo de câncer nos homens é o de boca e, nas mulheres, o de tireoide. Apesar da alta incidência, as chances de cura podem alcançar até 90% se a doença for diagnosticada e tratada precocemente.

“Dor na boca, feridas na língua, na laringe ou na cavidade oral, dificuldade de engolir, mudança na voz, lesões na pele da face ou aparecimento de nódulos (caroços) no pescoço são sinais que indicam a necessidade de se procurar um serviço de saúde para uma primeira avaliação”, alerta Alfio Tincani, médico cirurgião especialista em câncer de cabeça e pescoço do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e professor titular do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e do Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU) da Unicamp.

O HC da Unicamp é um dos hospitais públicos que realiza cirurgias de cabeça e pescoço e faz o tratamento e acompanhamento de pacientes na região de Campinas. Entre os anos de 2022 e 2023, a disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Departamento de Cirurgia, juntamente com o grupo do IOU, realizou perto de mil procedimentos cirúrgicos, inclusive fazendo mutirões em finais de semana.

“Os tratamentos melhoram muito. Antigamente, só havia praticamente a cirurgia e a radioterapia com aparelhos não eficientes como os de agora para tratamento destes tipos de tumores. Hoje, além da cirurgia, temos a radioterapia com aparelhos de última geração, quimioterapia e imunoterapia que podem ser usadas separadamente ou associadas para o tratamento destes doentes”, explica Tincani.

Julho Amarelo

O câncer ósseo é raro, mas o INCA estima cerca de 2.700 novos casos no Brasil por ano. O câncer ósseo pode ser primário ou advindo de outras regiões do corpo, como pulmões, próstata e mama. De acordo com o médico ortopedista do HC da Unicamp, Maurício Etchebehere, o ambulatório de Oncologia Ortopédica atende aproximadamente 40 pacientes, entre retornos e casos novos. São realizados em torno de 120 procedimentos cirúrgicos em pacientes internados ao ano.

De acordo com Etchebehere, a grande maioria dos pacientes queixa-se de dor ou aumento de volume que o paciente ou a família observam em um local do corpo. O local mais comum é na região próxima do joelho em crianças e adolescentes e região do quadril em adultos.  O diagnóstico dos pacientes com tumores ósseos e tumores do aparelho locomotor de forma geral é feito pela história clínica, exame físico dos pacientes e análise das radiografias. Depois disso se necessário são solicitados exames complementares. Os principais estudos complementares são a ressonância magnética, cintilografia óssea e PET-CT. Por último pode ser necessária a realização de uma biópsia da área do osso onde haja a alteração.

“É necessário salientar que a maioria dos tumores que acometem os ossos de crianças e adolescentes são tumores benignos. Por outro lado, tumores que acometem adultos e idosos são tumores metastáticos, ou seja, tumores de outros órgãos como mama e próstata que se que implantam nos ossos”, explica Etchebehere, que também é vice-presidente da Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica (ABOO).

O encaminhamento para o Ambulatório de Oncologia Ortopédica do HC da Unicamp é feito pelas unidades básicas de Saúde, AMEs e hospitais secundários por meio da Central de Regulação de Vagas (CROSS). Na maioria das vezes é feito o encaminhamento é ambulatorial. Entretanto alguns pacientes são encaminhados pela urgência de um hospital secundário para UER do HC via Central de Regulação. “Em geral, são pacientes com fraturas patológicas, ou seja, quando um osso se enfraquece pela presença de um tumor e acaba fraturando”, finaliza.


Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fotografia: Núcleo de Comunicação HC Unicamp