“A gripe suína não deve ser motivo para alarme da população. Em Campinas o risco hoje não existe”, tranquilizou o responsável pela Disciplina de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, o médico Francisco Aoki, nesta quarta-feira no anfiteatro da Superintendência do Hospital de Clínicas (HC). Ele e a médica Maria Luiza Moretti Branchini, da Divisão de Epidemiologia da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), forneceram informações sobre os dois pacientes atendidos no hospital desde terça-feira com idade de 32 e 45 anos que apresentaram suspeitas da gripe suína e que recentemente tinham retornado de viagens feitas a Cancun e Flórida. “Um dos pacientes, de Piracicaba, teve alta hoje [terça-feira] e passa bem e, o de Campinas, terá alta amanhã [quinta-feira]”, informou Maria Luiza. Os pacientes, segundo os médicos, passaram por exames em que foram colhidas amostras de secreções respiratórias e sangue, que já foram enviadas para avaliação no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
Francisco Aoki conta que o HC da Unicamp é um dos poucos hospitais de referência no assunto e que segue o Plano de Contingência para uma Pandemia de Influenza preconizado pelo Ministério da Saúde. Desde 2005, mencionou ele, com a gripe aviária, o HC já tinha um plano de contingência com vistas a conter a Influenza. O hospital agora está pronto a atender os casos suspeitos e dispõe de oito quartos com pressão negativa, ou seja, que impedem a transmissão do vírus aos profissionais que oferecem o atendimento. Outras cidades do interior paulista preparadas para o atendimento são Ribeirão Preto, Santos, Bauru, Botucatu e São Paulo.
O vírus H1N1, da gripe suína, é a mesma variedade que causa epidemias de Influenza em humanos, mais conhecidas como sazonais, por serem mais frequentes neste período do ano. É transmitido através de secreções respiratórias mediante os espirros e tosses ou também pelo contato das mãos. Os sintomas clássicos são as náuseas, vômitos e diarréia.
Esse vírus está causando maior preocupação aos EUA e México, onde tem ocorrido a maior parte das notificações. “Mas além das pessoas virem das regiões de risco, é preciso que o paciente apresente um quadro clínico coincidente com as descrições dos casos de gripe suína”, esclareceu Francisco Aoki. Até terça-feira, não havia suspeita de pessoas contaminadas no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou de três para quatro o nível de alerta da população, incentivando os países a elaborarem ou revisarem seus planos de contingência, preparando-se para o enfrentamento de uma nova pandemia. O plano de contingenciamento aborda as questões fundamentais de pertinência nacional no que se refere à preparação e à resposta para uma pandemia de Influenza.
Conheça o Plano de Contingenciamento do Ministério da Saúde.
Isabel Gardenal (texto) e Antonio Scarpinetti (fotos)
Assessoria de Imprensa da Unicamp