A incorporação de novas tecnologias pela área da saúde precisa ser precedida de uma profunda avaliação, de modo que os profissionais e gestores possam conhecer os riscos e benefícios de tal decisão. A consideração foi feita na manhã da última sexta-feira (20) pela consultora técnica da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Ministério da Saúde, Fernanda de Oliveira Laranjeira, durante a abertura dos Fóruns Permanentes, que teve como tema “ATS como ferramenta para incorporação racional das inovações tecnológicas”.
O evento foi promovido pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e organizado pelo Hospital de Clínicas (HC), Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti (Caism) e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde.
De acordo com Fernanda, a Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS) é um processo que tem por objetivo contribuir para a tomada de decisões mais racionais quanto à incorporação de novas tecnologias pelo setor. Estas podem ser medicamentos, equipamentos, métodos diagnósticos, procedimentos cirúrgicos ou mesmo ferramentas que contribuam para melhorar as rotinas de um hospital. “As decisões quanto à incorporação ou não de uma tecnologia são baseadas principalmente em evidências científicas, mas não somente nelas. Também consideramos a eficácia, a segurança, o custo-efetividade, entre outros parâmetros”, explica.
Questionada sobre como a ATS lida com a velocidade com que as inovações tecnológicas são lançadas no mercado, Fernanda afirma que esta é uma questão que começa a ser trabalhada no Brasil. “Aqui, nós normalmente esperamos ser pautados. Em outros países, é feito um monitoramento do horizonte tecnológico. Ou seja, há um acompanhamento do que acontece em todo o mundo com relação a novos produtos e tecnologias. Isso ainda é embrionário no país, mas a tendência é que a ação cresça. O objetivo, nesse caso, é avaliar as tecnologias antes mesmo que elas cheguem por aqui”.
Participaram da mesa de abertura do evento os professores Joaquim Murray Bustorff Silva (Núcleo de Avaliação em Tecnologia em Saúde do HC), Angela Maria Bacha (diretora executiva do Caism) e João Batista de Miranda (coordenador de Administração do HC), que representou o coordenador-geral da Unicamp, Alvaro Crósta, e também o superintendente do HC, Manoel Barros Bertolo.
Manuel Alves Filho – ASCOM