A possibilidade do equipamento ser utilizado como um adicional ao tratamento fisioterápico, motivou a adesão à nova terapia. “É importante alertar que como parte da reabilitação, as pessoas não devem praticar sem o acompanhamento e supervisão de um profissional habilitado”, explica a diretora do Serviço de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do HC, Luciana Campanatti, ao alertar que a terapia com o videogame não é apenas uma brincadeira.
Por enquanto é um recurso adicional ao programa de reabilitação, que não substitui o tratamento tradicional. As sessões incluem exercícios que simulam partidas de tênis, boliche, boxe e golfe. Os movimentos repetidos estimulam os sinais químicos para que voltem a ser transmitidos de forma correta ao sistema nervoso, transmitindo novamente informações neurais ao membro comprometido.
A literatura internacional tem demonstrado que o uso do videogame faz com que os pacientes se esforcem para executar bem as jogadas, aumentando a força muscular. A atividade, diz, leva à melhora dos movimentos e coordenação motora, proporcionando uma reabilitação mais rápida e mesmo, divertida. “Também não podemos considerar que apenas esses exercícios levam à reabilitação completa e efetiva do paciente”, ressalta Luciana.
Realizando pela primeira vez a wiiterapia, o paciente G.M.L (foto) de 23 anos, aprovou o método. “Os dois tipos de fisioterapia são bons. Nesse tem a cura e a diversão ao mesmo tempo”, disse. G.M.L sofreu queda de uma altura de 10m em março deste ano que resultou em lesões graves.
Uma das sequelas foi a fratura no cotovelo esquerdo. Após cirurgia, parafusos e placa foram colocados no membro, o que dificultou a flexão e extensão do braço. Dessa forma, passou a fazer fisioterapia para fortalecer a musculatura e ganhar amplitude de movimento (ADM) completa (correspondente a 180º).
No caso do paciente, a wiiterapia foi aplicada após um certo tempo de reabilitação. Pacientes de pós-operatório imediato, por exemplo, dificilmente passam pelo método, a fim de evitar dores e outras lesões.
Realidade virtual
A realidade virtual vem se desenvolvendo cada vez mais na área da saúde em todo mundo, pela possibilidade de interação com o uso das tecnologias, aqui representada pelo videogame Nintendo Wii. Porém, Luciana lembra que é preciso ter bom senso. “Em casos extremos, a tecnologia pode afastar a pessoa do ambiente social, por isso a reabilitação com Wii é direcionada e acontece no ambiente do hospital”, conclui.
Caius Lucilius com Caroline Roque
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp