Testes rápidos e início do tratamento precoce são recomendados para o combate à transmissão do HIV


Evento foi promovido pelo HC, Hospital Dia e Departamento de Enfermagem

Em comemoração ao Dia Mundial da Luta contra à Aids e aos 15 anos do Hospital Dia da Unicamp, aconteceu no quarta-feira (6/12), no auditório do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, um evento que reuniu especialistas sobre HIV e Aids. A conferência de abertura sobre atualização no tratamento antirretroviral foi proferida pela médica infectologista Mônica Jacques Moraes.

“Os dados de 2022 mostram o aumento da infecção por HIV entre a população masculina mais jovem, mas também mostra uma maior adesão ao tratamento. A recomendação preconizada a partir desse ano é que todos comecem o tratamento antirretroviral já na primeira semana após o diagnóstico. Por isso a importância dos testes rápidos”, disse Mônica.

Sobre a aprovação pela Agência de Vigilância Sanitária (Ansiva) e disponibilização a partir do ano que vem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de um único medicamento para tratamento do HIV que combina dois antirretrovirais – a Lamivudina e o Dolutegravir – e que promete facilitar a vida dos usuários, Mônica fez um alerta:

“Nem todos os pacientes poderão tomar esse medicamento, devido à sensibilização a um dos componentes ou a comorbidades, doença renal ou osteoporose, entre outros fatores. Porém, essa simplificação do medicamento é um grande avanço e esse será o tratamento do futuro”, ressaltou a especialista.

Mesa de abertura e talk show

A mesa de abertura do evento foi composta pelo enfermeiro Fábio Ricardo Consorti Paixão, coordenador de serviço do Hospital Dia do HC da Unicamp da Unicamp; por Joaquim Antonio Graciano, enfermeiro e coordenador do Departamento de Enfermagem do HC da Unicamp e pelo médico oncologista José Barreto Campello Carvalheira, coordenador de Assistência do HC da Unicamp.

“Quem conhece nosso trabalho no Hospital Dia sabe que temos um afeto especial por nossos pacientes”, ressaltou Fábio Paixão. “O Dia Mundial de Combate à Aids é muito importante, até em respeito a todos os seres humanos que passaram pela discriminação da doença”, comentou Joaquim Graciano. “O Hospital Dia é um farol no acolhimento e tratamento dos pacientes com HIV e renovamos nosso compromisso na luta contra a Aids”, concluiu José Barreto.

Um dos destaques do evento foi o Talk Show: conversando sobre o Hospital Dia – HIV/Aids, que reuniu as enfermeiras Sandra Mara Queiroz Costa e Rosana Fins Ramos da Silva; o técnico de enfermagem Marcos Roberto Guimarães e a acadêmica Laura Guaritá, para um conversa descontraída com o público.

O evento foi promovido pelo HC da Unicamp, pelo Hospital Dia e pelo Departamento de Enfermagem do HC da Unicamp. Contou com o apoio da Seção de Enfermagem em Educação Continuada do hospital e das empresas Jansen e GSK.

Comunidades liderando

Em 27 de outubro de 1988, a Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituíram o 1º de dezembro como data comemorativa, cinco anos após a descoberta do vírus causador da doença (HIV – vírus da imunodeficiência humana). Este ano a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) definiu o tema como Comunidades Liderando.

Na região das Américas, cerca de 2,5 milhões de pessoas vivem com o HIV. No Brasil, estima-se um milhão de pessoas com HIV, sendo que 10% não sabem ainda que tem o vírus. Em 2022, aproximadamente 130 mil pessoas adquiriram o vírus, e 33 mil perderam a vida por causas relacionadas à Aids.

Para acabar com a Aids, as comunidades desempenham um papel fundamental. As organizações comunitárias, representando populações afetadas pelo vírus, estão na linha de frente da resposta ao HIV.

Empoderar as comunidades é essencial para que possam desenvolver suas próprias estratégias e alcançar aqueles que mais precisam de acesso às inovações disponíveis, como a distribuição de autotestes, a implementação da PrEP no nível primário de atendimento e em centros comunitários, e a ligação imediata ao tratamento para atingir uma carga viral indetectável.

“Uma pessoa com carga viral indetectável não transmite a infecção, quebrando assim a cadeia de transmissão”, ressalta a OPAS.


Leia também:
Infectologista alerta para aumento das infecções pelo vírus HIV e Aids entre os jovens


Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fotografia: Claudinei Rodrigues Barbosa da Silva. – Hospital Dia (HD)