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O Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT) do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp realizou hoje a 3ª edição do Encontro Regional das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos (ERCIHDOTT) com a participação de 65 inscritos. Neste ano o SPOT-HC é o serviço que mais disponibilizou corações para o sistema de transplantes, com 25 órgãos. A expectativa é alcançar a marca de 120 doadores até o final do ano.

“Com o treinamento de profissionais e a ampliação das equipes o número de captações será cada vez maior”, afirma o coordenador do SPOT HC-Unicamp, Luiz Antonio da Costa Sardinha. Ele conta que as dúvidas trazidas pelos participantes são cada vez menores, um sinal de que houve melhora no preparo e acesso as informações.

O curso é elaborado a partir da demanda do público. Nessa edição a aula sobre diagnóstico de morte encefálica foi retirada da programação, enquanto o conteúdo sobre entrevista familiar – contato do serviço de captação com a família do potencial doador – foi ampliado. As palestras sobre documentação necessária para efetuar a doação e as diretrizes a serem seguidas nos Centros Cirúrgicos também foram incluídas. As enfermeiras do SPOT – HC Eliete Bombarda Bachega, Maria Valéria de Omena Athaide e Simey de Lima Lopes Rodrigues fizeram parte da organização do evento.

Com um público formado por profissionais jovens, alguns grupos participam do curso pela primeira vez. As enfermeiras, Aline Moreira Perini e Maria Cláudia Lima Freitas, da Santa Casa de Pindamonhangaba vieram a procura de mais informações sobre a captação de órgãos e a criação de um serviço de procura.

A primeira doação de órgãos na cidade, realizada em junho deste ano, foi viabilizada pela equipe do SPOT-HC. “A doação foi um iniciativa da família e a partir disso nós recebemos orientações do SPOT durante todo o dia para efetuar a captação”, conta Maria Cláudia. Para as enfermeiras, a maior dificuldade era a falta de exames complementares, necessários para realização do protocolo de morte encefálica.

O objetivo do curso, além de capacitar esses profissionais para a captação, é viabilizar a reprodução dos conhecimentos adquiridos. O SPOT-HC cobre uma área com 127 cidades e Sardinha, o coordenador, visitou quase todos os municípios para ministrar aulas. “Em alguns municípios eu não preciso mais dar aulas, os profissionais de lá estão capacitados e já promovem pequenos cursos para difundir o conhecimento”, comemora. Os hospitais de diferentes municípios também organizam semanas do doador de órgãos, para informar a população a respeito e treinar os profissionais de saúde.

Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos do HC

A primeira equipe para retirada de órgãos e tecidos no HC foi criada em 1992 e a partir de 1994 foi criada a Central de Captação de Órgãos, hoje o SPOT-HC. Sardinha se prepara para realizar mais uma edição ainda em 2013, no mês de novembro, com foco nos profissionais do HC-Unicamp e abordando a captação de córneas. “Acredito que nos próximos anos esses encontros se transformem em congressos”, prevê o professor.

Sistema Nacional de Transplantes (SNT)

No Brasil 95% das cirurgias são realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS). Para atender a demanda de transplantes, existem 27 centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos, 11 câmaras técnicas nacionais; 748 serviços distribuídos em 467 centros; 1.047 equipes de transplantes; além de 62 Organizações de Procura por Órgãos (OPOs) no país. O trabalho de captação é feito por profissionais de várias áreas, como enfermagem, psicologia e assistência social.

Transplantes

O Hospital de Clínicas registrou total de 5.697 transplantes em 2012. Referência em transplante renal, o hospital atingiu 2.013 procedimentos no ano passado, seguido por Córnea (1.907), Fígado (600) e Coração (49). Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) financia 95% dos transplantes realizados no país e no balanço divulgado pelo Ministério da Saúde ontem (25/9), a fila para transplantes de córnea foi zerada em quatro estados (Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo) e no Distrito Federal. No HC as filas também estão zeradas para córnea.

Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner e Caroline Roque
Assessoria de Imprensa HC

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