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Uma em cada 4 mortes no mundo está relacionada a uma doença silenciosa (assintomática), com diagnóstico clínico difícil: a trombose, que tem seu dia internacional comemorado em 13 de outubro. A trombose acomete principalmente as veias das pernas (trombose venosa profunda) e os pulmões (embolia pulmonar).

A trombose é a formação de coágulos potencialmente mortais na artéria (trombose arterial) ou veia (trombose venosa). Uma vez formado, um coágulo pode retardar ou bloquear o fluxo sanguíneo normal, e até se soltar e viajar para um órgão. Isso pode resultar em lesão significativa, incluindo ataque cardíaco, derrame e o tromboembolismo venoso (TEV).

A data internacional tem como principais objetivos aumentar a conscientização sobre a doença, reduzir o número de casos não diagnosticados, incrementar medidas para prevenção baseada em evidências, incentivar sistemas de cuidados de saúde de forma a criar estratégias para garantir “melhores práticas” para a prevenção, diagnóstico e tratamento e incrementar os recursos adequados para estas ações e o apoio à pesquisa para reduzir a carga da doença trombótica.

O tromboembolismo venoso (TEV) é decorrente da formação de trombos no sistema venoso. Quando se forma um trombo em uma veia profunda é chamado de uma trombose venosa profunda (TVP). Se o trombo se solta e se aloja nos pulmões, é chamado de embolia pulmonar (EP). Juntos, TVP e EP são conhecidos como TEV. O diagnóstico de trombose venosa é geralmente estabelecido pelo ultrassom com Doppler (ecodoppler) e a embolia de pulmão pela tomografia ou cintilografia pulmonar.

De acordo com a professora Joyce Maria Annichino-Bizzacchi, responsável pelo ambulatório de trombose do Hemocentro da Unicamp, a TVP acomete principalmente os membros inferiores (cerca de 90% dos casos).

Os sintomas, diz, mais comuns são o inchaço e a dor. “Na verdade, até 60 por cento de todos os casos de TEV ocorrem associados a um fator de risco adquirido como cirurgias, imobilização, internação prolongada, uso de anticoncepcionais hormonais conjugados, gestação, viagem aérea longa, câncer, obesidade, presença de anticorpos antifosfolipídios, entre outros. Todos esses fatores devem ser avaliados para se conhecer o risco do desenvolvimento de trombose, e se implementem medidas profiláticas”, ressalta Annichino-Bizzacchi.

De acordo com a hematologista da Unicamp, fatores hereditários também estão envolvidos, mas somente devem ser investigados em pacientes com história familiar ou com trombose em idade abaixo de 50 anos e sem fatores de risco adquiridos.

O Hemocentro nos últimos 25 anos tem se dedicado a área de trombose venosa, com um ambulatório especializado e pesquisas de vanguarda, e atualmente há um grande empenho pelo Hospital das Clínicas da Unicamp em medidas profiláticas através da Comissão de Profilaxia e Trombose.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu uma meta global para reduzir em 25% o número de mortes prematuras por doenças não infecciosas até 2025. Uma pesquisa mundial recente revelou que 10 milhões de casos de TEV ocorrem anualmente – em países de baixa, média e alta renda.

O tratamento é feito com substâncias anticoagulantes (impedem a formação do trombo e a evolução da trombose), ou fibrinolíticos (destroem o trombo). Nos últimos anos houve uma grande evolução no tratamento da TVP com medicamentos que permitem ao paciente se tratar na própria residência, ressaltando-se que é importante ter sempre um acompanhamento médico mesmo nessa situação.

Outras informações no site World Thrombosis Day.

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Caius Lucilius com Gabriela Troian
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp

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