No final de novembro, o ambulatório de oftalmologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp realizou um mutirão para atender 34 pacientes da macrorregião de Campinas agendados para procedimentos cirúrgicos no tratamento do glaucoma. Dois pacientes tiveram a cirurgia suspensa por aumento da pressão arterial, um por não realizar o jejum solicitado e um por falta de horário.
“O último mutirão de cirurgias de glaucoma ocorreu há mais de dez anos. Este novo mutirão só foi possível pelo esforço conjunto da equipe de enfermagem tanto do ambulatório quanto do centro cirúrgico, da equipe de oftalmologistas e da administração do hospital”, contou o médico oftalmologista José Paulo Cabral de Vasconcelos e responsável pelo setor de glaucoma do HC da Unicamp.
O HC da Unicamp é um hospital de referência no atendimento de pacientes com glaucoma, em sua maioria com a doença avançada e, muitas vezes, com indicação de procedimento cirúrgico. O grande número de indicações cirúrgicas ou de procedimentos à laser que necessitam do ambiente cirúrgico para sua realização estressam a resolutividade do sistema, com o aumento da espera dos pacientes pelo procedimento.
“Os pacientes que não puderam realizar a cirurgia serão reagendados em breve, ainda agora em dezembro ou para janeiro do ano que vem, devido a abertura de vagas disponíveis na rotina. Esperamos realizar com periodicidade anual este mutirão, para compor junto com a rotina de cirurgias a melhor assistência para nossos pacientes”, finalizou João Paulo.
Mais de 50 pessoas participaram do mutirão, dentre elas professores do setor de glaucoma e da disciplina de oftalmologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp; equipes de Enfermagem do ambulatório de Oftalmologia e do Centro Cirúrgico Ambulatorial e equipe administrativa do HC da Unicamp.
“Vamos continuar planejando outros mutirões para zerarmos a fila de espera por esse procedimento e outros em que hospital seja referência para a população de Campinas e região. Ações como essa mostram nosso empenho em dar celeridade ao atendimento de nossos pacientes”, comentou Elaine Cristina de Ataíde, superintendente do HC.
O que é o glaucoma
O glaucoma é uma doença ocular que afeta a cabeça do nervo óptico sendo a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Alguns dos fatores que contribuem para isto são o diagnóstico tardio, a necessidade de tratamento contínuo que demanda um grande comprometimento do paciente e do oftalmologista, assim como uma estrutura de atendimento de alta complexidade incluindo centro cirúrgico.
O glaucoma tem uma prevalência ao redor de 3,5% em indivíduos acima de 50 anos. Os principais fatores de risco são o envelhecimento, a pressão intraocular elevada, afrodescendência, história familiar de glaucoma, alta miopia e cirurgia intraocular prévia.
“A única maneira de tratar o glaucoma e pela redução da pressão intraocular por meio de colírios, laser ou cirurgia”, explicou João Paulo.