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Setembro Verde

Desde 1984, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp é credenciado pelo Ministério da Saúde para a realização de transplantes. Até 2024, o HC da Unicamp realizou 9.885 transplantes de rim, córnea, coração, fígado e medula óssea. Entre janeiro e junho deste ano, 1.863 pessoas morreram à espera de um órgão, e, hoje, um contingente de aproximadamente 78 mil pacientes está na fila para um transplante no Brasil.

Os dados foram apresentados na quinta-feira (18) no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, durante a abertura de uma jornada especial de celebração ao Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, comemorado em 27 de setembro.

“O HC da Unicamp é o hospital que mais faz transplante de fígado, de rins e de outros órgãos do interior de São Paulo, e é emocionante ver tanta gente envolvida nesse processo, desde o pessoal que faz a captação, passando pelo motorista da ambulância, até os técnicos e médicos que trabalham exclusivamente para levar o melhor serviço ao paciente”, disse a superintendente do HC, Elaine Ataíde, durante a abertura do evento.

O reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner, também participou da cerimônia de abertura da semana do doador e agradeceu o empenho dos técnicos, enfermeiros, auxiliares, motoristas e médicos que trabalham na captação de transplante de órgãos e tecidos.

“Fico imaginando a complexidade da logística que é exigida até a chegada do órgão à sala de cirurgia. Vocês é que fazem a vida acontecer. É desafio da Universidade oferecer as melhores condições possíveis para o sistema de captação de órgãos e, assim, aumentarmos o número de doadores”, avaliou o reitor.

Setembro Verde
Paulo Cesar Montagner, reitor da Unicamp; Elaine Cristina de Ataíde, superintendente do HC Unicamp; Helder Zambelli, coordenador da OPO e Gustavo Constantino, coordenador do BMTH

Conscientização

De acordo com dados da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do HC da Unicamp, 45% das famílias não autorizam a retirada de órgãos. Pela legislação, a doação de órgãos de um paciente com diagnóstico de morte encefálica só pode ser feita com a autorização de familiares. Por conta disso, o hospital promoverá uma série de atividades de conscientização, esclarecimento e convencimento sobre a importância da doação.

A OPO atende 127 cidades da região e atua desde a identificação de um potencial doador até a logística para o transporte dos órgãos. A equipe da OPO também é responsável por fazer o contato com as famílias. O médico Helder Lessa Zambelli, coordenador da OPO, avalia ser necessária uma campanha permanente de esclarecimento e convencimento.

“Precisamos fazer chegar a informação às escolas, para que os estudantes entendam sobre protocolos, sejam informados de maneira correta sobre procedimentos e tenham a dimensão da importância da doação”, diz o médico, que acredita que o assunto precisa ser discutido entre as famílias. “As famílias precisam autorizar. Sem isso, nada acontece. Mas é preciso deixar claro que a família é o centro de tudo e, por isso, queremos agradecer imensamente aos familiares que doaram”, afirmou.

Banco de Multitecidos

O HC da Unicamp também abriga um Banco Multitecidos Humanos (BMTH), que armazena tecidos musculoesqueléticos, como cartilagens e ossos, que podem ser doados após a morte ou ainda em vida.  Diferentemente de órgãos como o coração, que, quando doado, salva uma vida, um mesmo tecido pode beneficiar até 30 pessoas, segundo informação do Banco.

“Assim como nos outros transplantes em que são captados órgãos como coração ou rins, também podemos captar ossos e tendões. Mas temos uma peculiaridade, já que podemos captar ossos de pessoas vivas”, conta o médico Gustavo Constantino, responsável pelo BMTH do HC. 

Seria o caso de uma pessoa que faz uma cirurgia específica, a prótese total de quadril. Quando essa cirurgia é realizada, a cabeça do fêmur é retirada e normalmente é desprezada; jogada fora, incinerada. Só que se pode guardar esse material e disponibilizar para transplante. Constantino lembra que o número de doadores ainda é muito baixo, e que a demanda por transplante de tecidos é cinco vezes maior que a oferta de doadores.

“Se a captação de órgãos já é pequena, a de tecidos é menor ainda, porque enfrentamos um forte preconceito. A pessoa acha que, se doar os ossos, o familiar falecido vai ficar sem um braço, sem uma perna, ou, de alguma forma, deformado. Mas isso não é verdade.  Quando captamos um osso, fazemos a substituição por uma órtese e é feita a reconstrução do membro”, explica.

A semana de celebrações ao Dia Nacional do Doador de Órgãos foi aberta com a apresentação do sexteto de cordas Arco Brasil, de Hortolândia, e continua nos próximos dias com uma série de atividades, como ações educativas, mobilizações e atos de sensibilização, panfletagens e eventos de alerta.

Meses Coloridos

O projeto Meses Coloridos e as equipes da Organização de Procura de Órgãos (OPO) e do Banco de Multitecidos Humanos do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp realizaram na segunda-feira (22/9) uma ação na rampa do terceiro andar do hospital em comemoração ao Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos. Durante toda a amanhã foram entregues materiais informativos a todos os pacientes e visitantes do hospital. Marco Argento e Lucas de Souza, do grupo musical TransformArte, fizeram uma apresentação musical durante a entrega de material informativo para os pacientes, acompanhantes e visitantes do hospital.

O projeto Meses Coloridos é uma ação realizada pelo Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, a Faculdade de Enfermagem (FEnf) e a Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC). O objetivo desse projeto é desenvolver campanhas de conscientização em saúde, associando cada mês a uma cor representativa de uma causa específica, a fim de promover a educação, prevenção e sensibilização da comunidade sobre questões de saúde. O projeto foi aprovado pela ProEC com uma verba total de custeio de R$ 35 mil até março de 2026.

Centro Cirúrgico

O Centro Cirúrgico (CC) do HC da Unicamp é o local onde ocorrem os transplantes de órgãos. Para lembrar da importância da doação de órgãos para que os transplantes ocorram, toda a equipe do Centro Cirúrgico e da Central de Materiais Esterilizados (CME) fizeram a ação Seja o anjo de alguém. Houve a entrega do laço verde, símbolo da campanha, e um painel temático com plaquinhas com frases alusivas ao Setembro Verde, para a realização de fotos pelos profissionais do CC e CME.

Bandejão

A ação de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos aconteceu também no Restaurante Universitário (RU) da Unicamp, conhecido por bandejão. Foram entregues panfletos aos usuários do Bandejão e fotos integrativas para as redes sociais da OPO (@opo.unicamp) e BMTH (@bmthunicamp).

CIN e Nefrologia

O Centro Integrado de Nefrologia (CIN) promoveu uma ação especial: a Árvore da Vida. Nessa atividade simbólica, pacientes que receberam a doação de um rim puderam colar na árvore um rim com mensagens de gratidão ou com o tempo de recebimento do transplante. Já aqueles que são doadores ou desejam se tornar no futuro, representaram sua escolha colando as folhas verdes. Enfermeiros e médicos, reforçaram a relevância desse gesto de amor e solidariedade e pacientes expressaram a alegria e a esperança de poder viver graças à generosidade de outras pessoas. Doar é multiplicar vidas.

A equipe da enfermaria de Nefrologia do HC da Unicamp participou da ação referente ao transplante renal. Técnicos e enfermeiro que recebem e cuidam dos pacientes no pré e após o transplante fizeram várias declarações, incluindo uma árvore com mensagem deixada pelos transplantados.

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